- Bairros como Barro Duro, Valéria e São Tomé de Paripe registram as menores temperaturas
 - Sensação térmica varia e o frio é percebido de forma diferente na cidade
 - Vento e vegetação são determinantes para o frio em Salvador
 - Moradores relatam dificuldade para lidar com o frio
 - Previsão para os próximos dias mantém cenário fresco e úmido
 
Salvador, capital conhecida pelo seu clima quente e úmido durante a maior parte do ano, vive neste mês de Julho um cenário atípico: temperaturas mais baixas do que o habitual, especialmente em bairros situados em regiões mais elevadas e arborizadas. Entre esses locais, Brotas ganhou destaque nas redes sociais com o apelido bem-humorado de “Alpes Brotenses”, uma alusão direta ao frio europeu que parece ter dado as caras na Baía de Todos-os-Santos.
Bairros como Barro Duro, Valéria e São Tomé de Paripe registram as menores temperaturas
De acordo com dados atualizados da Defesa Civil de Salvador (Codesal), a menor temperatura do ano de 2025 foi registrada em Barro Duro na quarta-feira, 10 de Julho, quando os termômetros marcaram 18,9 ºC. Essa foi a marca mais baixa registrada até agora na cidade neste ano.
Logo depois aparecem São Tomé de Paripe, com 19,4 ºC no domingo, 13 de Julho, e Valéria, onde os termômetros chegaram a 19,7 ºC na segunda-feira, 14 de Julho. Ambos os bairros ficam em áreas com menor concentração urbana e maior presença de vegetação, o que contribui para a perda de calor durante a madrugada.
Sensação térmica varia e o frio é percebido de forma diferente na cidade
Mesmo com os dados apontando para Barro Duro como o ponto mais frio, o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo, ressalta que a sensação de frio vai além da temperatura indicada. A umidade do ar, a velocidade dos ventos e a densidade da vegetação são fatores que intensificam a sensação térmica, fazendo com que moradores de bairros como Pirajá ou Itapuã sintam tanto frio quanto aqueles de regiões com temperaturas oficialmente mais baixas.
Segundo Sosthenes, esse fenômeno está se manifestando de forma “democrática” pela cidade. Além de Valéria e Barro Duro, também há registro de noites frias em bairros litorâneos como Ondina, Praia do Flamengo e Itapuã, todos impactados pela ação dos ventos úmidos vindos do oceano.
Vento e vegetação são determinantes para o frio em Salvador
A meteorologista Cláudia Valéria, do Inema, explica que a sensação térmica na capital baiana está ligada diretamente à umidade relativa do ar e à intensidade dos ventos. Enquanto o interior do estado sofre mais com o frio por conta da baixa umidade e do ar seco, em Salvador o fator dominante é o vento forte, especialmente nas áreas próximas ao mar e em regiões com muita cobertura verde.
Bairros como Barro Duro, cercados por vegetação densa, experimentam resfriamento mais acentuado durante as madrugadas. O mesmo se observa em áreas abertas e litorâneas, onde os ventos oceânicos aumentam a sensação de frio, mesmo quando a temperatura real não é tão baixa.
Moradores relatam dificuldade para lidar com o frio
Enquanto alguns soteropolitanos parecem estar lidando bem com as mudanças de temperatura, outros já sentem os efeitos no corpo e na saúde. É o caso da estudante Rayssa Amorim, moradora da Barra, que diz sentir frio até em dias ensolarados, sendo obrigada a sair de casa com camadas extras de roupa. Já na Ribeira, a estudante Yasmin Gonzaga relata piora em suas alergias respiratórias e queda na imunidade, efeitos associados diretamente à mudança brusca de tempo.
Previsão para os próximos dias mantém cenário fresco e úmido
A tendência para os próximos dias em Salvador indica continuidade do clima frio e úmido, sem grandes alterações. Nesta quarta-feira, 16 de Julho, a mínima será de 20 ºC e a máxima de 26 ºC. Na quinta-feira, 17 de Julho, a temperatura varia entre 21 ºC e 27 ºC. Para a sexta-feira, os termômetros devem oscilar entre 22 ºC e 25 ºC. Em todos os dias, há mais de 85% de chance de chuvas, o que deve manter a sensação térmica mais baixa em várias regiões da cidade.


